Aqui nosso principal interesse é falar sobre Literatura, em especial sobre Trovadorismo.
Vejam como exemplo a informação que extraímos da Wikipédia:
TROVADORISMO
Origem:
Wikipédia, a enciclopédia livre.
Trovadorismo, também
conhecido como Primeira Época Medieval, é o primeiro movimento literário
da língua portuguesa. Seu surgimento ocorreu no mesmo período em
que Portugal
começou a despontar como nação independente, no século XII;
porém, as suas origens
deram-se na Occitânia, de onde se espalhou por praticamente
toda a Europa.
Apesar disso, a lírica medieval galaico-português possuiu características
próprias, uma grande produtividade e um número considerável de autores
conservados.
As origens do Trovadorismo
Os
textos dos trovadores medievais foram preservados em pergaminhos,
como por exemplo o Pergaminho Vindel
São
admitidas quatro teses fundamentais para explicar a origem dessa poesia: a tese
arábica, que considera a cultura arábica como sua velha raiz; a tese folclórica,
que a julga criada pelo próprio povo; a tese médio-latinista, segundo a
qual essa poesia teria origem na literatura latina produzida durante a Idade
Média; e, por fim, a tese litúrgica, que a considera fruto da
poesia litúrgico-cristã elaborada na mesma época. Todavia, nenhuma das teses
citadas é suficiente em si mesma, deixando-nos na posição de aceitá-las
conjuntamente, a fim de melhor abarcar os aspectos constantes dessa poesia.
A
mais antiga manifestação literária galaico-portuguesa que se pode datar é a cantiga
"Ora faz host'o senhor de Navarra", do trovador português João
Soares de Paiva ou João Soares de Pávia, composta provavelmente por
volta do ano 1200.
Por essa cantiga ser a mais antiga datável (por conter dados históricos
precisos), convém datar daí o início do Lírica medieval galego-portuguesa (e
não, como se supunha, a partir da "Cantiga de Guarvaia", composta por
Paio Soares de Taveirós, cuja data de composição é impossível de apurar com
exactidão, mas que, tendo em conta os dados biográficos do seu autor, é
certamente bastante posterior). Este texto também é chamado de "Cantiga da
Ribeirinha" por ter sido dedicada à Dona Maria Paes Ribeiro, a ribeirinha.
De 1200, a Lírica galego-portuguesa se estende até meados do século XIV, sendo
usual referir como termo o ano de 1350, data do testamento do Conde D. Pedro,
Conde de Barcelos|D. Pedro de Barcelos, filho primogênito bastardo de D. Dinis,
ele próprio trovador e provável compilador das cantigas (no testamento, D.
Pedro lega um "Livro das Cantigas" a seu sobrinho, D.Afonso XI de
Castela).
Trovadores
eram aqueles que compunham as poesias e as melodias que as acompanhavam, e cantigas
são as poesias cantadas. A designação "trovador" aplicava-se aos
autores de origem nobre, sendo que os autores de origem vilã tinham o nome de jogral,
termo que designava igualmente o seu estatuto de profissional (em contraste com
o trovador). Ainda que seja coerente a afirmação de que quem tocava e cantava
as poesias eram os jograis, é muito possível que a maioria dos trovadores
interpretasse igualmente as suas próprias composições.
A
mentalidade da época baseada no teocentrismo serviu como base para a estrutura
da cantiga de amigo, em que o amor espiritual e inatingível é retratado.As
cantigas, primeiramente destinadas ao canto, foram depois manuscritas em
cadernos de apontamentos, que mais tarde foram postas em coletâneas de
canções chamadas Cancioneiros (livros que reuniam grande número de trovas). São
conhecidos três Cancioneiros galego-portugueses: o "Cancioneiro
da Ajuda", o "Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa"
(Colocci-Brancutti) e o "Cancioneiro da Vaticana". Além disso, há um
quarto livro de cantigas dedicadas à Virgem Maria pelo rei Afonso X de Leão e Castela, O Sábio. Surgiram
também os textos em prosa de cronistas como Rui de Pina, Fernão Lopes e Gomes
Eanes de Zurara e as novelas de cavalaria, como a demanda do Santo Graal...
[editar] Classificação das cantigas
Com
base na maioria das cantigas reunidas nos cancioneiros, podemos classificá-las
da seguinte forma:
Cantigas
Lírico-Amorosas
·
-
Cantigas de
Amor
Cantigas
Satíricas
[editar] A cantiga de amor
O
cavalheiro se dirige à mulher amada como uma figura idealizada, distante. O
poeta, na posição de fiel vassalo, se põe a serviço de sua senhora, dama da
corte, tornando esse amor um objeto de sonho, distante, impossível. Mas nunca
consegue conquistá-la, porque tem medo e também porque ela rejeita sua canção.
Neste
tipo de cantiga, originária de Provença, no sul de França, o eu-lírico é
masculino e sofredor. Sua amada é chamada de senhor (as palavras terminadas em or
como senhor ou pastor, em galego-português não tinham feminino). Canta as
qualidades de seu amor, a "minha senhor", a quem ele trata como
superior revelando sua condição hierárquica. Ele canta a dor de amar e está
sempre acometido da "coita", palavra frequente nas cantigas de amor
que significa "sofrimento por amor". É à sua amada que se submete e
"presta serviço", por isso espera benefício (referido como o bem
nas trovas).
Essa
relação amorosa vertical é chamada "vassalagem amorosa", pois
reproduz as relações dos vassalos com os seus senhores feudais. Sua estrutura é
mais sofisticada.
São
tipos de Cantiga de Amor:
·
Cantiga
de Meestria: é o tipo mais difícil de cantiga de amor. Não apresenta
refrão, nem estribilho, nem repetições (diz respeito à forma.)
·
Cantiga
de Tense ou Tenção: diálogo entre cavaleiros em tom de desafio. Gira em
torno da mesma mulher.
·
Cantiga
de Pastorela: trata do amor entre pastores (plebeus) ou por uma pastora
(plebéia).
·
Cantiga
de Plang: cantiga de amor repleta de lamentos.
Exemplo
de lírica galego-portuguesa (de Bernardo de Bonaval):
"A
dona que eu am'e tenho por Senhor
amostrade-me-a
Deus, se vos en prazer for,
se
non dade-me-a morte.
A
que tenh'eu por lume d'estes olhos meus
e
porque choran sempr(e) amostrade-me-a Deus,
se
non dade-me-a morte.
Essa que
Vós fezestes melhor parecer
Essa que
Vós fezestes melhor parecer
de
quantas sei, a Deus, fazede-me-a veer,
se
non dade-me-a morte.
A
Deus, que me-a fizestes mais amar,
mostrade-me-a
algo possa con ela falar,
se
non dade-me-a morte."
·
Eu
lírico masculino
·
Assunto
Principal: o sofrimento amoroso do eu-lírico perante uma mulher idealizada
e distante.
e distante.
·
Amor
cortês; vassalagem amorosa.
·
Amor
impossível.
·
Ambientação
aristocrática das cortes.
·
Forte
influência provençal.
·
Vassalagem
amorosa "o eu lírico usa o pronome de tratamento "senhor".
[editar] A cantiga de amigo
São
cantigas de origem popular, com marcas evidentes da literatura oral
(reiterações, paralelismo, refrão, estribilho), recursos esses próprios dos
textos para serem cantados e que propiciam facilidade na memorização. Esses
recursos são utilizados, ainda hoje, nas canções populares.
Este tipo de cantiga, que não surgiu em Provença como as outras, teve suas origens na Península Ibérica. Nela, o eu-lírico é uma mulher (mas o autor era masculino, devido à sociedade feudal e o restrito acesso ao conhecimento da época), que canta seu amor pelo amigo (isto é, namorado), muitas vezes em ambiente natural, e muitas vezes também em diálogo com sua mãe ou suas amigas. A figura feminina que as cantigas de amigo desenham é, pois, a da jovem que se inicia no universo do amor, por vezes lamentando a ausência do amado, por vezes cantando a sua alegria pelo próximo encontro. Outra diferença da cantiga de amor, é que nela não há a relação Suserano x Vassalo, ela é uma mulher do povo. Muitas vezes tal cantiga também revelava a tristeza da mulher, pela ida de seu amado à guerra.
Este tipo de cantiga, que não surgiu em Provença como as outras, teve suas origens na Península Ibérica. Nela, o eu-lírico é uma mulher (mas o autor era masculino, devido à sociedade feudal e o restrito acesso ao conhecimento da época), que canta seu amor pelo amigo (isto é, namorado), muitas vezes em ambiente natural, e muitas vezes também em diálogo com sua mãe ou suas amigas. A figura feminina que as cantigas de amigo desenham é, pois, a da jovem que se inicia no universo do amor, por vezes lamentando a ausência do amado, por vezes cantando a sua alegria pelo próximo encontro. Outra diferença da cantiga de amor, é que nela não há a relação Suserano x Vassalo, ela é uma mulher do povo. Muitas vezes tal cantiga também revelava a tristeza da mulher, pela ida de seu amado à guerra.
Exemplo
(de D. Dinis)
"Ai
flores, ai flores do verde pino,
se
sabedes novas do meu amigo!
ai
Deus, e u é?
Ai
flores, ai flores do verde ramo,
se
sabedes novas do meu amado!
ai
Deus, e u é?
Se
sabedes novas do meu amigo,
aquel
que mentiu do que pôs comigo!
ai
Deus, e u é?
Se
sabedes novas do meu amado,
aquel
que mentiu do que mi há jurado!
ai
Deus, e u é?"
(...)
·
Eu
lírico feminino.
·
Presença
de paralelismos.
·
Predomínio
da musicalidade.
·
Assunto
Principal: o lamento da moça cujo namorado partiu.
·
Amor
natural e espontâneo.
·
Amor
possível.
·
Ambientação
popular rural ou urbana.
·
Influência
da tradição oral ibérica.
·
Deus
é o elemento mais importante do poema.
·
Pouca
subjetividade.
[editar] A cantiga de escárnio
Em
cantiga de escárnio, o eu-lírico faz uma sátira a alguma pessoa. Essa sátira era indireta,
cheia de duplos sentidos. As cantigas de escárnio (ou "de escarnho",
na grafia da época) definem-se, pois, como sendo aquelas feitas pelos
trovadores para dizer mal de alguém, por meio de ambiguidades, trocadilhos e
jogos semânticos, em um processo que os trovadores chamavam
"equívoco". O cômico que caracteriza essas cantigas é
predominantemente verbal, dependente, portanto, do emprego de recursos
retóricos. A cantiga de escárnio exigindo unicamente a alusão indireta e
velada, para que o destinatário não seja reconhecido, estimula a imaginação do
poeta e sugere-lhe uma expressão irônica, embora, por vezes, bastante mordaz.
Exemplo de cantiga de escárnio.
Ai,
dona fea, foste-vos queixar
que
vos nunca louv[o] em meu cantar;
mais
ora quero fazer um cantar
em
que vos loarei toda via;
e
vedes como vos quero loar:
dona
fea, velha e sandia! (...)
·
Crítica
indireta; normalmente a pessoa satirizada não é identificada.
·
Linguagem
trabalhada, cheia de sutilezas, trocadilho e ambiguidades
·
Ironia
[editar] A cantiga de maldizer
Ao
contrário da cantiga de escárnio, a cantiga de maldizer traz uma sátira direta
e sem duplos sentidos. É comum a agressão verbal à pessoa satirizada, e muitas
vezes, são utilizados até palavrões. O nome da pessoa satirizada pode ou
não ser revelado.
Exemplo
de cantigas João Garcia de Guilhade
"Ai
dona fea! Foste-vos queixar
Que
vos nunca louv'en meu trobar
Mais
ora quero fazer un cantar
En
que vos loarei toda via;
E
vedes como vos quero loar:
Dona
fea, velha e sandia!
Ai
dona fea! Se Deus mi pardon!
E
pois havedes tan gran coraçonQue vos eu loe en esta razon,
Vos quero já loar toda via;
E vedes qual será a loaçon:
Dona fea, velha e sandia!
Dona fea, nunca vos eu loei
En meu trobar, pero muito trobei;
Mais ora já en bom cantar farei
En que vos loarei toda via;
E direi-vos como vos loarei:
Dona fea, velha e sandia!"
Este texto é enquadrado como cantiga de escárnio já que a sátira é indireta e não cita-se o nome da pessoa especifica. Mas, se o nome fosse citado ela seria uma Cantiga de Maldizer, pois contém todas as características diretas como sátira da "Dona". Existe a suposição que Joan Garcia escreveu a cantiga anterior uma senhora que reclamava por ele não ter escrito nada em homenagem a ela. Joan Garcia de tanto ouvi-lá dizer, teria produzido a cantiga.
· Crítica direta; geralmente a pessoa satirizada é identificada
· Linguagem agressiva, direta, por vezes obscena
· Zombaria
· Linguagem Culta
[editar] Trovadores
·
Paio Soares de Taveirós (Cantiga da Garvaia)
[editar] Ver também
O
Wikisource
contém fontes primárias relacionadas com este artigo: Trovadorismo
A
Wikipédia possui o
|
[editar] Ligações externas
·
Cantigas
Medievais Galego-Portuguesas - FCSH, todas
as cantigas medievais dos cancioneiros galego-portugueses (em português)
·
Cantigas on-line (em inglês)
·
Filologia.org.br
(em português)
·
Sobre a poesia trovadoresca galego-portuguesa Título não
preenchido, favor adicionar (em português)
·
José D'Assunção Barros: Os trovadores medievais e o amor
cortês – reflexões historiográficas - "Alethéia", UFG, Ano 1, vol.01,
n°1, abril/maio de 2008 (em português)
** Notem que, onde estiver escrito em azul, há maiores informações sobre o que se refere.
Postado por Edna M. Borges
Meninas, cuidado com as informações de Wikipedia.
ResponderExcluirEdna,
ResponderExcluirEssas cantigas são muito interessante. Vale a pena conferir!!! Fiquei surpresa quando a professora levou algumas na classe para ouvirmos.
Bjs
Sandra